Luis Casare, que tem uma história linda de superação ao lado da esposa Dra. Ana Carolina Lacerda Casare, depois de 5 anos de tentativas, agora pai e mãe de Lucas, de 5 anos de idade, é o entrevistado pelo Jornal Regional e conta como foram as tentativas de “engravidarem”: “Foi um misto de sentimentos, medo, angústia, mas uma alegria e felicidades muito intensas, pela possibilidade de realizar nosso sonho, meu sonho, tão esperado.” Veja a entrevista completa:
1-Qual foi seu primeiro pensamento quando soube que ia ser pai?
R. Eu e a Ana sempre quisemos ser pais. Cinco anos e tantas tentativas depois, tivemos a felicidade de ficarmos “grávidos”. Mas o embrião não se formou, passamos por uma curetagem e a superação de toda tristeza pelo ocorrido. Um ano e meio depois, estávamos descrentes que receberíamos essa graça novamente, mas como sempre, DEUS está na frente, e sabe o desejo do nosso coração, nos agraciou com outro milagre. Num determinado dia, a Ana comentou que achava que estava grávida, eu senti uma alegria imensa em meu coração, e a pergunta surgiu: será desta vez que consigo realizar o sonho de ser pai? Fizemos o teste de farmácia, que veio positivo. Foi uma felicidade tão grande, uma euforia tão intensa, uma sensação enorme de conquista, e desejo realizado. Naquele momento nasceu um pai e uma mãe. Dizer que não tive medo, mentira, pois é algo muito grandioso, ser responsável por uma vida que começa a ser formar. Foi um misto de sentimentos, medo, angústia, mas uma alegria e felicidades muito intensas, pela possibilidade de realizar nosso sonho, meu sonho, tão esperado.
2-Conte como foi o processo de adaptação e preparativos para a chegada do bebê.
R. O processo foi bem doloroso, já que minha esposa teve uma intercorrência durante a gestação, e logo no início apresentou sangramentos. No primeiro sangramento, achei que perderíamos o Lucas, como aconteceu na primeira gestação. A Ana não pode trabalhar e vivemos momentos de muita ansiedade e tensão ao longo dos meses. Mas não perdemos a esperança e a fé. E apesar de todas essas inseguranças e das incertezas que vivemos, tivemos também momentos de muita felicidade e realização ao montarmos o quarto, comprar as roupinhas e conseguimos também viver essas alegrias. O Lucas chegou com muita saúde e eu pude finalmente realizar meu sonho de ser pai.
3-Como foi segurar seu filho pela primeira vez?
R. Demorou para cair a ficha que eu era pai. Eu mal podia acreditar que tinha conseguido realizar o sonho de ser pai. Parecia que nem era eu. Eu o vi antes de pegar no colo. Quando eu o vi, ainda pelo vidro da maternidade, chorei muito, foi um misto de emoções. Todo aquele medo, angústia que senti durante a gravidez da Ana, misturado com um amor e realização tão imensos e intensos não cabiam dentro de mim. Segurá-lo no colo, foi um momento único, mágico, indescritível e inesquecível. Ali começou a minha história como pai, a história do Lucas como filho e nossa história como uma nova família.
4-Como foi organizar a rotina de trabalho após a chegada do bebê?
R. Passei por momentos de angústias durante a gestação pelas preocupações que tivemos, e após o parto, houve muitas mudanças em nossa rotina familiar. Ser pai de primeira viagem é difícil, são muitos medos e angústias, pois há um ser pequenino que depende de nós, que não fala e não sabe se expressar. Tive que lidar com menos horas de sono, uma loucura de troca de fraldas, banhos e todas as rotinas de um filho recém-nascido. A volta ao trabalho em si foi tranquila, mas as rotinas de casa foram mais difíceis de me adaptar.
5-O que ninguém te contou sobre a paternidade?
R. Existem hoje, nas mídias principalmente, uma romantização da paternidade, e, na verdade, a paternidade é um processo contínuo, porém extremamente heterogêneo. Há várias fases, muito rápidas e muito intensas, mas em todas há uma preocupação constante se estou agindo corretamente, se estou cumprindo meu papel de pai, como estou educando meu filho. Existe sempre um medo de não ver o filho crescer por inúmeros motivos. Mas a felicidade, o amor e a realização de poder viver esta experiência sendo construída, são únicos.
6-Como a paternidade mudou sua forma de enxergar o mundo?
R. Sim, pois há muito, muito amor envolvido. Eu sempre me importei muito com os momentos em família, com amor, respeito, carinho, curtinho cada um deles. O Lucas é uma criança carinhosa, maravilhosa, amorosa, que me ensinou a valorizar ainda mais estes momentos, por mais simples que sejam, pois são únicos. Me ensinou a valorizar ainda mais cada abraço, cada beijo, cada almoço em família, cada ida ao rio. É maravilhoso ser pai.
7-Para você, o que é ser pai na vida real?
R. Ser pai na realidade é muito difícil. É ser presente, ser exemplo, ser responsável. É ser persistente, para tentar fazer o melhor pelo meu filho. É cuidar, ensinar e educar sem tirar sua autonomia. É ter aceitação para tudo que ele quiser ser, sem perder sua essência. É lutar contra os medos: de falhar, de perder tudo isso, de que meu filho não seja feliz. Mas o mais importante para mim, é poder me realizar como pai em cada abraço, em cada gesto de carinho e em cada conquista do Lucas.